Netflix e os 5 segredos do marketing de conteúdo

Marketing de Conteúdo

Netflix e os 5 segredos do marketing de conteúdo

30 de outubro de 2018

Utilize as lições do marketing de conteúdo da Netflix na sua empresa

Quando a Netflix foi lançada em 1997 (sim, a empresa existe há mais de 20 anos) oferecia um serviço um pouco diferente do atual. A empresa começou alugando DVDs online para cinéfilos. 

Hoje a Netflix oferece um serviço on demand com a transmissão de séries, filmes e produções originais por assinatura. Assim, se consolidou como o maior provedor de mídia de transmissão no mundo. A empresa vale mais de US$ 100 bilhões no mercado com mais de 149 milhões de assinantes espalhados em 190 países. 

O enorme sucesso da Netflix não se deve apenas pela qualidade do serviço ofertado e os títulos que são campeões de público, mas também a estratégias de marketing de conteúdo. A empresa já é bem famosa pelo excelente relacionamento que mantém com o público nas redes sociais, mas o marketing digital vai muito além. 

A Motor Tech Content separou 5 ações de marketing de conteúdo da Netflix que deram muito certo. Veja à seguir como a sua empresa pode seguir na mesma linha.  

1 – Marketing de conteúdo de qualidade

A equipe de marketing por trás do sucesso da Netflix sabe que é necessário oferecer qualidade e originalidade. Somente assim ela consegue manter a fidelidade dos assinantes e competir com gigantes da televisão, como HBO e Showtime.

O serviço de streaming inovou ao lançar em 2013 seu primeiro título original, a série House Of Cards, e de lá para cá não parou mais: são mais de 230 produções originais no catálogo. 

E é isso que diferencia a marca de seus concorrentes. O que começou com a locação de filmes evoluiu para o desenvolvimento de conteúdo original que hoje representa cerca de 40% do acervo disponibilizado. Com um catálogo para todos os gostos, a produção de conteúdo da Netflix é focada nos mais diversificados formatos em vídeo. São séries, filmes, documentários, animações, reality shows, talk shows e stand-up comedy.

Esse é o principal marketing de conteúdo realizado pela Netflix: seu próprio produto. As obras originais da empresa são os grandes responsáveis pela captação de novos leads, conversões e fidelizações. Afinal todos querem ter acesso às séries que estão gerando buzz na mídia e conversas entre amigos. 

Para apoiar a divulgação dos conteúdos da Netflix, a companhia também mantém um blog corporativo e outro voltado à tecnologia utilizada pela empresa, além de colocar em prática todas as ferramentas de inbound marketing, como as redes sociais e o envio de e-mail marketing.

E é nas redes sociais que a Netflix aproveita melhor o marketing de conteúdo. A divulgação de novos lançamentos do streaming é bastante ampla e interessante, com a criação de conteúdos atrativos e dinâmicos.

2 – Relacionamento com o cliente

Em vez de tratar cada cliente apenas como um número, o modelo de negócios da Netflix é projetado para ser envolvente e tornar o cliente um fã e defensor da marca. Não é à toa que a Netflix tem uma presença online muito forte e consolidada, em que a interação com o público é bastante positiva. 

O marketing de conteúdo da Netflix é focado em levar ao público o real valor da marca, o que se torna incentivo para que continuem consumindo seus produtos e sejam fiéis. A empresa é muito capaz de suprir isso e é fácil identificar que ela está indo pelo caminho certo. 

O atendimento prestado também é um diferencial. O call center é preparado para resolver todo tipo de dúvida e dificuldade. Até os scripts automáticos que são padrão de atendimento em vários setores e tanto incomodam parecem não existir. Tudo é feito de maneira natural.

Além disso, a Netflix se empenha em construir uma persona com quem o público se identifica, o que torna a interação muito mais positiva. Com esse foco, ela está constantemente estudando quem é o seu público para depois aplicar as estratégias de marketing, fazendo isso de acordo com a linguagem de cada mídia. 

Esse empenho garante à Netflix proximidade em relação ao seus consumidores. Sempre que possível, a empresa embarca em uma tendência ou viral, de forma leve e divertida. Os memes que o digam e os concorrentes que lutem!

O que a Netflix tem feito para se comunicar com seus clientes é uma estratégia muito poderosa para ser aplicada em outras empresas. Está mais do que claro que dá certo e não é nenhum bicho de 7 cabeças. E fica fácil entender que a aproximação com o seu cliente é o grande segredo para gerar mais negócios em sua empresa.

3 – Usar os dados a favor da inovação

Você pode não saber, mas a Netflix segue de perto cada passo dos seus usuários. A lógica é simples: ao entregar um conteúdo de qualidade, a tendência é fidelizar o cliente e ganhar mais mercado. 

E como fazer isso? 

Fazendo dos feedbacks uma bússola na tomada de decisões. A Netflix não opera com base em pressupostos ou estereótipos, mas baseada em dados e estudos de hábitos de consumo. 

Um dos primeiros experimentos deles foi o de disponibilizar temporadas inteiras das séries, para estimular as chamadas maratonas. E os consumidores criaram um novo verbo: maratonar.

Mas não fica só nisso. A empresa consegue mensurar outros hábitos de seus telespectadores, como:

  • Quais dispositivos são utilizados para acesso;
  • Os dias e horários em que os episódios são assistidos, para identificar períodos de maior audiência;
  • Quando uma cena é pausada, voltada ou adiantada pelo espectador;
  • Os hábitos de rolagem pela tela inicial do serviço;
  • A avaliação do que foi consumido.

Esses são apenas alguns pontos estudados pela Netflix. E em cada um, são feitos experimentos constantes, testes A/B e mudanças na interface e no design da plataforma, para descobrir o que tem mais efeito para o consumidor. Enfim, a empresa está sempre recorrendo a estes dados para aplicar nas estratégias de marketing de conteúdo e ser mais atrativa, seja na produção ou divulgação de novos títulos. 

Confira dois exemplos dessa relação que a Netflix mantém com a inovação e os dados!

1 – O maior case: House of Cards

O maior case de análise sem dúvida foi a criação da série House of Cards. Tudo começou

em 2011, quando a plataforma percebeu três elementos que eram populares: os filmes estrelados por Kevin Spacey, os longas do cineasta David Fincher e uma minissérie dos anos 90 sobre política.

Juntou-se tudo e o drama político produzido por Fincher traz Spacey no papel principal, uma adaptação do roteiro da minissérie britânica. Assim nasceu a primeira produção original da Netflix.

A Netflix não parou por aí e continuou utilizando seus dados para a produção de conteúdo. E não somente dados internos, como também promove uma análise minuciosa do mercado, o que é fundamental. 

2 – Os dados e o diabo

Um bom exemplo de como os dados externos também influenciam suas ações é o caso da série Lúcifer, que não é uma produção original da empresa. Em 2018, a série foi cancelada pela FOX, mesmo fazendo bastante sucesso entre o público. Na internet, os fãs pediram incansavelmente pela volta da produção e recorreram à Netflix, que resolveu “salvá-la” do cancelamento. 

É claro que isso não ocorreu somente pelo apelo dos fãs, que ajudaram de certa forma, mas sim pelo potencial da série e os números, afinal era um título popular da FOX e com uma boa audiência. A série acabou ganhando mais duas temporadas, uma delas lançadas em 2019 e foi a mais vista no primeiro semestre do ano.

Para esse resultado, a Netflix produziu conteúdos envolventes para divulgar o lançamento da série, com vídeos que brincavam com um universo da produção, cujo o personagem principal é o próprio diabo. Em um dos episódios mais populares, o ator Tom Ellis, que interpreta Lúcifer na série, está preparando um presente aos fãs brasileiros, com uma brincadeira, fazendo referência ao dito popular “o pão que o diabo amassou”. Só neste vídeo, que você pode ver abaixo, foram mais de 1,042 milhões de views e quase 100 mil likes. 

Isso só foi possível com a ajuda da Tecnologia que, para a Netflix, é um dos pilares do sucesso. 

E na sua empresa, como você usa a análise de dados a favor do seu negócio?

4- Personalização do conteúdo de divulgação

A Netflix também cria várias versões de um trailer, cada um adaptado para um público específico. Essa estratégia foi utilizada na divulgação do lançamento da quinta temporada de Orange is the new Black. No Brasil a cantora Valesca Popozuda, a celebridade da internet Inês Brasil e a socialite Narcisa Tamborindeguy foram reunidas no mesmo filme para promover a série.

O resultado? Mais de 1,6 milhão de visualizações no YouTube em apenas três horas.

O mesmo aconteceu com Stranger Things, em que a personagem principal do filme de promoção da série, que se passa nos anos 80, foi a apresentadora Xuxa. O sucesso foi tão grande que o conteúdo foi até premiado em Cannes.

Outros bons exemplos são a participação da jogadora Marta na campanha publicitária para a série “The Umbrella Academy”, em que a melhor jogadora de futebol do mundo decide aposentar as chuteiras para se dedicar à família. 

E a mais recente “contratação” do ator Bruno Gagliasso, cujo o vídeo foi planejado como uma ação promocional para a 4º temporada de La Casa de Papel, um dos maiores sucesso da Netflix. Disponibilizado pelo Twitter, o vídeo com participação do ator e em companhia de Pedro Alonso, intérprete de Berlim na série, viralizou e teve mais 900 mil visualizações em seu 1º dia. 

Como a equipe de marketing de conteúdo da Netflix tem um conhecimento íntimo de seus usuários, é possível dizer, com um certo grau de certeza, que o conteúdo produzido vai agradar. Com base na idade, gênero do usuário e as preferências de visualização, a empresa cria com sucesso uma promoção personalizada e a oferece a vários segmentos de sua audiência de forma inovadora.

5 – Marketing de conteúdo estratégico: parceria com outras empresas

Sem a comercialização do produto, o marketing de conteúdo não consegue atingir bons resultados e se mostra ineficiente. Então, além de produzir bons conteúdos, a Netflix também estabelece parcerias que promovem a comercialização de seus produtos e serviços e faz isso desde o início. Quando ainda era uma locadora online, as parcerias envolviam fábricas de produtos eletrônicos, como uma forma ampliar os aparelhos em que seu conteúdo pudesse ser visto. Hoje a Netflix tem parcerias com diversas empresas de comunicação e entretenimento. 

A Netflix é profissional em publicidade nativa, contando com tecnologia e parceiros de peso, como o Wired e New York Times. A estratégia é criar artigos que se encaixam com determinados anúncios de conteúdo. Juntas, eles são capazes de fornecer conteúdo informativo, de maneira que não seja descaradamente promocional.

Para aumentar a possibilidade de conquistar mais consumidores, a empresa também mantém um canal próprio na TV à cabo, disponibilizando conteúdos para assinantes da NET, Claro e Vivo. Desta forma, os consumidores conseguem assistir aos títulos disponíveis com exclusividade pelo serviço de streaming por meio destas assinaturas. A parceria gera receita para ambos os lados, já que para utilizar os serviços da Netflix, é cobrada uma taxa junto a assinatura com a TV à cabo. 

Portanto, todo esse diálogo e integração com outras empresas e personalidades é uma característica que está no DNA da companhia, que utiliza o co-marketing como uma excelente forma de engajar e entreter o consumidor, fomentando uma relação de proximidade.  

Contar com o co-marketing e a parceria com agências especializadas é uma forma muito positiva de produzir conteúdo e ter bons resultados em estratégias de marketing.

5 lições que só os erros ensinam

Agora que desvendamos os 5 segredos da Netflix que envolvem marketing de conteúdo, dados e tecnologia, que tal conferir 5 lições de projetos fracassados.

A gente sabe que essa palavra é forte. Mas tem vezes que errar é única e melhor forma de aprender.

Afinal, nem sempre as ações de marketing saem como o planejado e nesses muitos anos de experiência, a Motor Tech Content já sabe o que você pode fazer para que as estratégias tenham bons resultados e o mínimo de falhas. 

Conheça as 5 lições que aprendemos com projetos de conteúdo digital que falharam. 

Lições dos projetos de marketing que fracassaram

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